Estava ela no corredor esperando seu resultado. Aflita e sem ninguém, pois não encontrou alguém que quisesse lhe acompanhar naquele lugar. De repente, às 9h, uma moça de voz terna e vestida de branco, lhe chama para dentro da sala.
“Seu resultado deu positivo”... (Boomm) Após essa explosão, um silêncio pairou naquele momento, até que irrompeu um choro de dúvida, medo, angústia, decepção...
Aline despediu-se do local e foi em busca de uma mão amiga. Chegou na casa de Gisele, sua prima, e a encontrou lavando roupas e fazendo o almoço apressada, pois tinha que ir pra igreja... Então, cheia de obrigações, não demonstrou interesse em escutar a prima que estava abalada e com os olhos avermelhados. Percebendo a indiferença, Aline se retirou...
Ao sair, ainda na mesma rua, Aline encontro com Débora, que voltava do seu escritório de advocacia. Um abraço forte veio acompanhado das palavras: “Miiiigaaaaa, sua looooca... quanto tempo!”. Esta foi a chave que abriu as portas da dor que a pouco Aline experimentara... Silêncio e lágrimas se misturavam com o abraço de saudade das amigas.
Aline sentiu-se um tanto confortada com a presença de amiga, pois precisava compartilhar aquela dor e nada melhor do que confidenciar nossos segredos a pessoas de nossa estima. As duas sentaram-se em um banco que estava próximo e começaram a conversar sobre o ocorrido. Ao escutar aquela situação, a boca de Débora quase caíra no chão (vráááááá)... e disse: ”Então você é ‘aidética’... tô boba contigo! Mas, oh... o zap ta tocando e preciso ir. Beijos!”
Bom, agora quem ficou com a boca varrendo o chão foi Aline. E como se não bastasse varrer o chão, ele a puxou pra baixo com toda a força... Era um corpo estendido em pleno Ver-o-Peso... muitos passavam por perto, olhavam e nada viam.
O relógio já marcava 18h. Maria Valeska Todorov chegava para trabalhar na Boate do Barroco e deu de frente com a jovem ainda desacordada. Impulsionada pelo susto, correu ao encontro de Aline e percebeu que ainda estava viva! No mesmo instante ligou para o hospital e acompanhou a desconhecida. Ao sair da emergência, Maria ficou ainda um bom tempo com Aline. Em um lanche, as duas conversaram bastante sobre as possibilidades de viver com HIV nos dias de hoje... Entre choros e abraços amistosos as duas escreviam uma nova história... Certamente, aquela dor também trazia uma esperança de renascimento.
Aline já se encontrava mais confortada e as duas seguiram vhivendo!
(Agora eu te pergunto, caro leitor: Na sua opinião qual das três foram verdadeiras amigas - Gisele, Débora, ou Maria?)
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